‘DeShow’ e Wilson, no melhor jogo da temporada até agora

Seahawks vencendo os Texans por 41 a 38 nesse domigo foi um jogo pra lá de divertido (e tenso), sendo você torcedor de uma das franquias ou não. Foi uma montanha russa de eventos e emoções. Teve 5 lideranças diferentes de placar, 79 pontos totais, 988 jardas totais e dois dos mais empolgantes e dinâmicos quarterbacks na liga, lançando para 854 jardas combinadas e 8 touchdowns, além de várias jogadas defensivas que mudavam o andamento da partida a todo momento. Pode-se arriscar dizer que foi o jogo do ano, pelo menos por enquanto.
O highlight dessa partida era sem dúvidas ver do que Deshaun Watson é capaz.
O quarterback rookie de Houston vem impressionando e quebrando vários recordes desde que entrou na liga, mas domingo foi um teste de fogo, jogar contra uma das melhores defesas da NFL, a tão temida “Legion Of Boom” do Seahawks, em Seattle, em um dos estádios mais barulhentos da liga, o Century Link Field.

O que para muitos times e quarterbacks novatos pode ser intimidador, para Deshaun parecia mais um dia de trabalho, mais um dia “DeShow”, sendo o primeiro quarterback na história da liga a lançar para mais de 400 jardas, 4 touchdowns e correr para mais de 50 jardas em um único jogo.
Logo no primeiro drive da partida, Houston já mostrou a que veio, e marcou um touchdown, e não foi um touchdown qualquer, foi um passe de 59 jardas para uma recepção de Will Fuller.
Seattle não demorou a dar a resposta, que veio através de uma pick 6 (interceptação para touchdown) do safety Earl Thomas.
Daí para frente, o placar não parou mais. Era touchdown para um lado, touchdown para outro, field goal para cá, field goal para lá, e como esperado, o jogo foi decidido nos últimos segundos.
DeShaun e o Houston Texans foram impressionantes em diversos pontos, mas principalmente toda a mobilidade do 2º QB que mais completa passes fora do pocket (Watson fica atrás apenas de Russel Wilson nesse quesito). O QB dos Texans não se deixou intimidar pela secundária fortíssima dos Hawks, composta por nomes conhecidos como Richard Sherman, Kam Chancellor e Earl Thomas, lançando diversos passes em profundidade e conseguindo várias big plays para os principais recebedores DeAndre Hopkins e Will Fuller.
E por falar em recebedores, DeAndre Hopkins foi o nome da partida: terminou com 8 recepções, foi target 11 vezes, para 224 jardas e 1 touchdown. Um dos passes recebidos por Hopkins foi para 72 jardas. O receiver mostrou novamente como ele consegue se livrar de praticamente qualquer tipo de marcação na liga.
Já Fuller, apesar de receber menos bolas (5 para 125 jardas), marcou 2 touchdowns e continuou mantendo sua taxa de eficiência na temporada. A conexão entre ele e o Watson para conversões de pontuação é impressionante. O receiver de 23 anos tem a incrível marca de 13 recepções e 7 touchdowns nessa temporada.
O jogo terrestre dos Texans trabalhou relativamente bem (ou pelo menos melhor que o de Seahawks, que chegou a ficar negativo em momentos da partida), já que o próprio QB da equipe foi também o maior corredor, terminando a partida com 8 corridas para 67 jardas, sendo a mais longa de 18 jardas.
Apesar de ser o QB mais pressionado da liga, DeShaun terminou a partida com 19 passes completos, dos 30 tentados, lançando para 402 jardas, 4 touchdowns e 3 interceptações. Por esses números, dá para notar que o QB estava muito à vontade para arriscar, e jogando como gente grande.

Pelo Seahawks, Russel Wilson dispensa apresentações. Um dos QBs mais móveis da liga – que definitivamente não está podendo contar com sua linha ofensiva para protegê-lo devidamente e nem para ao menos ajudar a abrir espaços para o jogo corrido – acaba resolvendo com as pernas, e com os braços, fazendo corridas para conseguir first downs, se livrar da marcação para manter a jogada viva, e conseguir grandes lançamentos, também conseguindo big plays incríveis durante toda a partida.
Destaque para Tyler Lockett com 6 recepções para 121 jardas, sendo a mais longa de 54, e claro, Paul Richardson, que marcou 2 touchdowns na partida, recebendo 6 das 7 bolas que foram em sua direção, para 105 jardas, sendo a recepção mais longa para 48 jardas.
Wilson terminou a partida com 26 passes completos dos 41 tentados, lançando para 452 jardas e 4 touchdowns.
Foi realmente uma partida de encher os olhos, do começo ao fim.
Pode-se dizer que a performance de Seattle foi a esperada, afinal conhecemos bem o time de Seattle e como Russel Wilson se comporta em jogos difíceis, e certamente não foi inesperada essa virada no finalzinho da partida, mas o que chamou mais a atenção foi a performance do QB de Houston e o time todo no geral.
Sabemos sim que Houston tem uma secundária forte com Jonathan Joseph e Kareem Jackson, dois cornerbacks na lista do top 10 da NFL, mas foi impressionante ver, que mesmo sem JJ Watt e Brian Cushing, os dois principais defensores e pass rushers do time, a linha defensiva consegue se manter sólida, sendo capaz de pressionar quarterbacks e anular jogos terrestres, como fez com Seattle.
Com a vitória, Seattle assumiu a liderança da NFC West, com 5 vitórias e 2 derrotas, já Houston, agora com 4 derrotas e 3 vitórias, está em 3º na AFC South, atrás de Titans e Jaguars com 4 vitórias e 3 derrotas cada um.

Apesar da derrota, o futuro de Houston Texans parece muito promissor, e depois de muito sofrerem com QBs inexpressivos (Ryan Mallet, Bryan Hoyer, Brock Osweiller…) talvez tenham encontrado alguém para representar a franquia, e torna-los um time completo e competitivo.
O apelido “DeShow” Watson lhe cabe muito bem, e esperamos vê-lo dando muito show ainda na NFL, porque é bom demais vê-lo jogar!

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