Neste sábado (16), Brasil Onças recebeu a Argentina Halcones em Belo Horizonte para o que seria seu oitavo jogo oficial e primeiro contra os hermanos. A tarde era chuvosa, mas o Gigante da Pampulha trocou suas tradicionais cores alvinegra, azul celeste e alviverde (sim, o América também é Minas) por uma imensidão multicolorida de jerseys que faziam referência tanto aos tradicionais times americanos como aos times em atuação no Brasil. Foi lindo!!
No início do jogo foi pedido 1 minuto de silêncio em uma bonita homenagem pelo falecimento do jogador Hudson Quedma do Piratas da Serra. Sob chuva intensa, o começo foi complicado. Logo no início, o WR Guilherme Meurer do Timbó Rex sofreu uma lesão no tornozelo. O jogo foi paralisado e o jogador retirado de ambulância do campo. Após o reestabelecimento da partida, era visível que a chuva atrapalhava os snaps e assistimos a um show de fumbles. A primeira pontuação aconteceu quando o RB Eduardo Maranhão cruzou a endzone e Diego Aranha não desperdiçou – 7 x 0. Ainda no segundo tempo, o time brasileiro encarou uma quarta descida e anotou outro TD com Maranhão e o DT Edilson “Jow” forçou o safety. Final do primeiro tempo: 16 x 0.
Lincon Zarbietti/ O tempo
No intervalo de jogo, a torcida que frequenta o Mineirão sai em busca daquele tropeiro que você respeita (inclusive essa que vos escreve). No anel de acesso às arquibancadas o que se via eram muitos Bradys, Mannings, Ryans. Estrelas dos Cowboys, as águias da Philadelphia, panteras, cardeais, piratas, falcões de Seattle e cabeças de queijo. Os times brasileiros também marcaram presença. De uma forma ou de outra, tinha de tudo ali. Estavam todos lá como se fosse uma grande festa.
No terceiro quarto, o time argentino, ainda perdido em campo, não conseguiu pontuar e sofreu outro safety quando a defesa brasileira forçou o QB adversário, com posse de bola, a pisar fora da linha de fundo da endzone. No drive subsequente, Maranhão após correr 42 jardas anota seu terceiro TD da partida e Aranha converte mais um ponto extra (25×0). Após a entrada do QB Rodrigo Dantas, no lugar de Alvaro Fadini, foi a vez de Everton Pingo anotar seu TD e mais uma boa conversão de ponto extra. E já no último quarto, o RB Branco Menezes correu 89 jardas para anotar mais um TD para o Brasil Onças. Um snap ruim atrapalhou Dantas (sim, é o QB), na posição de holder, para posicionar a bola e a defesa dos Halcones aproveitou para bloquear o ponto extra. Final de jogo 38-0.
Lincon Zarbietti/ O tempo
Apesar de toda chuva, bola escorregadia e gramado encharcado, o ataque brasileiro conseguiu imprimir um ritmo de jogo baseado em corridas e passes curtos e rápidos. Inclusive o QB Alvaro Fadini correu bastante com a bola. O time conseguiu 283 jardas totais, 269 delas a partir de corridas. O grande destaque, sem dúvida, foi o RB Eduardo Maranhão do Ceará Caçadores com 3 TDs e 93 jardas. Foi uma pena que a chuva tenha atrapalhado o jogo aéreo brasileiro que conta com ótimos recebedores. De acordo com o técnico Gabriel Mendes, chuva atrapalhou bastante a execução de tudo que a comissão técnica havia preparado. A defesa também atuou bem, forçou quatro turnovers e conseguiu neutralizar o ataque argentino com tanta eficiência que eles conseguiram apenas 3 primeiras descidas na partida. Em um olhar mais amplo e em vários aspectos, a superioridade brasileira era bastante evidente. Seja na complexidade das chamadas ou até mesmo na troca de jogadores. O time argentino, que apesar de ter forçado 3 turnovers pouco ou nada conseguiu fazer – terminou a partida com -35 jardas.
Com mais uma vitória, a quinta do seu currículo, a seleção brasileira se firma como a melhor das Américas e se alguém pensou que futebol americano entre Brasil x Argentina seria pancadaria na certa, errou feio. Os times estavam em festa e diversão era visível.
No fim, parafraseando o escritor mineiro Fernando Sabino, de tudo ficaram três coisas: o sentimento bom da vitória, a certeza de que estamos no caminho certo e a euforia de ver esse esporte evoluindo cada dia mais. Que assim seja.