Quando escutamos "ACL Injury" junto com a palavra "rupture" já é fato: FIM DE TEMPORADA.
Nesta temporada, mais especificamente na pré-temporada, já começamos com uma grande perda para New England Patriots, o WR Julian Edelman, teve uma ruptura no joelho direito, em um lance contra o Detroit Lions ao tentar fugir de um tackle, ou seja, o jogador não teve contato algum no lance e resultado: fora de ação na temporada 2017/2018.
Na semana 4 foi a vez do RB do Minnesota Vikings, Dalvin Cook, que sofreu a ruptura no joelho esquerdo ao tentar cortar para direita e evitar receber um tackle.
Na quinta-feira passada (2), o QB calouro Deshaun Watson, grande destaque no Houston Texans sofreu também esta mesma ruptura no joelho direito durante o treinamento em uma jogada sem contato.
E ontem foi a vez do veterano right tackle, Bryan Bulaga do Green Bay Packers que lesionou o LCA do joelho direito e claro, fora de toda temporada.
E não pensem que a lista de jogadores que perderam essa temporada por lesão no LCA para por ai: DB Ronald Zamort (ARI), WR Devin Fuller (ATL), LB Bam Bradley (BAL), LB Tank Carder (CLE), TE Jake Butt (DEN), entre outros, sério a lista é bem grande.
Mas afinal… O que é o tal do ACL/LCA que afeta tanto a NFL?
O ligamento cruzado anterior é um dos quatro principais ligamentos do joelho e tem como função estabilizar o joelho, evitando que a tíbia (osso da perna) se desloque adiante em relação ao fêmur (osso da coxa). O LCA é um tecido fibroso, isto é, uma estrutura constituída por fibras de colágeno que juntas formam dois grandes feixes ou bandas, que apresentam funções distintas: a banda ântero-medial (menor) e a banda póstero-lateral (maior).
A lesão pode acontecer de forma completa na qual as duas bandas do LCA são rompidas ou de forma parcial, na qual uma das bandas é rompida e a outra continua íntegra.
Os dois tipos de lesão levam prejuízo ao joelho, mas em uma ruptura parcial, o ligamento pode ter chances de cicatrizar, porém diante de uma lesão total, o ligamento não cicatriza e o joelho fica exposto a um alto grau de instabilidade, tendo total indicação cirúrgica.
Como se dá essa lesão/ruptura?
O mecanismo de trauma mais comum na lesão do LCA é a entorse do joelho, rotação da coxa (para dentro) e uma rotação da perna (para fora). Comumente, o paciente ouve um estalo no momento da entorse, que vem seguido de forte dor incapacitante. No futebol americano, é costumeira a lesão ao arrancar com o corpo ou fazer movimentos bruscos de corte para escapar da marcação adversária e mudar o movimento do jogador, ou seja, é mais comum sem haver contato algum.
Tratamento cirúrgico
O tratamento cirúrgico é realizado com a reconstrução do LCA por via artroscópica que permite a realização da cirurgia por cortes pequenos e é acessado através de uma câmera. Nela, o ligamento lesionado é substituído por um novo ligamento constituído de um enxerto de tendão (ou tendões) do nosso próprio corpo.
Devido a isto que a recuperação é tão longa, com duração de 3 meses à cerca de 2 anos (em casos de atletas a média é de 9-12 meses), que é o tempo que esse enxerto de tendão passa a adquirir propriedades semelhantes às de um ligamento como também a cicatrização, o atleta deve ser submetido a um programa completo de reabilitação na fisioterapia, para que o mesmo consiga recuperar, progressivamente, suas funções e possa retornar, com segurança, às atividades esportivas, lembrando que o retorno precoce pode colocar a cirurgia em risco.
Realmente é fato que a NFL está evoluindo cada vez mais e consequentemente exigindo jogadores mais fortes, velozes e ágeis, em contrapartida, se torna mais comuns lesões no joelho, o que infelizmente é quase que inevitável ao longo da carreira de um jogador de alto nível. Porém o retorno é quase certo já que ele têm acesso às melhores técnicas cirúrgicas e melhores programas de reabilitação.
Vamos torcer para que ninguém mais se lesione e não percamos mais nenhum grande jogador, que são os grandes responsáveis por tantas emoções no esporte que amamos!
NÁGELA FREITAS – CREFITO-3/ 232865-F
Fisioterapeuta – Especialista em Ortopedia e Traumatologia (UNIFESP)