Por Claudia Simas
O primeiro Sunday Night Football da temporada não poderia ser mais especial com o Green Bay Packers celebrando a 100a temporada da franquia e recebendo seu maior rival, o Chicago Bears, encontro esse que é considerado um dos maiores clássicos da história do esporte. A partida também marcará o retorno de Aaron Rodgers, após recuperar-se de uma fratura na clavícula na temporada passada, na qual perdeu 7 jogos, e seu encontro com a defesa dos Bears – a 10a da liga – recém reforçada pelo pass rusher Khalil Mack (duas vezes All-Pro).
Rodgers recentemente assinou sua renovação de contrato, que lhe tornou o jogador mais bem pago da liga, e disse à ESPN que ainda tem o que provar e que quer mais um Super Bowl. Das 19 partidas contra os Bears, o quarterback venceu 15 e, apesar de não contar mais com Jordy Nelson, seu alvo preferido e agora no Raiders, continua comandando um ataque aéreo de respeito composto por Randall Cobb, Davante Adams e o recém chegado Jimmy Graham. O jogo corrido de Green Bay começa com o desfalque de Aaron Jones, suspenso por uso de substâncias ilícitas, e conta com a consistência de Jamaal Williams em seu segundo ano na liga, a versatilidade de Ty Montgomery que nunca deve ser subestimada e o efeito surpresa que pode vir de Geronimo Allison. Sob a nova coordenação de Joe Philbin, o ataque dos Packers busca uma recuperação coletiva após sofrer com a ausência de Aaron Rodgers e terminar a temporada apenas como o 26o da liga.
Também com novidades intra e extra-campo, o ataque do Chicago Bears foi completamente transformado. Mitchell Trubisky vem para seu segundo ano na liga como o centro das estratégias da franquia para o ataque, e deve ter mais liberdade de ação e boas opções no corpo de recebedores. Estarão à disposição do quarterback os wideouts Allen Robinson e Taylor Gabriel, assim como o calouro Anthony Miller e o tight end Tray Burton, campeão pelos Eagles em 2017. Os Bears também contam com Kevin White, que fez uma boa pré-temporada e deve finalmente brigar por uma posição no ataque. A adição do center calouro James Daniels e a volta de Jordan Howard e Tarik Cohen como a base sólida do jogo corrido devem dar um pouco de dor de cabeça à defesa adversária.
O grande desafio da defesa de Green Bay é se preparar para esse ataque recém (re)formado que ninguém conhece fora do papel. Veremos nomes já conhecidos como Clay Matthews, Ha Ha Clinton-Dix, Kentrell Brice, Nick Perry e Mike Daniels além de Muhammad Wilkerson e Tramon Williams. Também vale ficar de olho no cornerback Kevin King. Porém todos esses nomes precisam trabalhar muito para mudar os índices bem medíocres da defesa dos Packers que figuram como a 22a da liga (26a em pontos permitidos).
Já no lado de Chicago o otimismo é um bocado maior. A chegada badalada e milionária do outside linebacker Khalil Mack movimentou os bastidores da liga como um todo e injetou agressividade a uma defesa do Coordenador Vic Fangio que já tinha considerável robustez. Além de nomes como Kyle Fuller, Leonard Floyd e Akiem Kicks ainda é possível que vejamos a estreia (mesmo que não confirmada por enquanto) do calouro Roquan Smith (escolha de primeira rodada dos Bears, 8a no geral). É importante salientar que Aaron Rodgers lançou mais jardas e mais marcou mais touchdowns contra os Bears do que contra qualquer outro adversário que enfrentou em sua carreira. E, se conseguir parar Rodgers, será que isso significa mesmo que os notórios Monsters of the Midway estão de volta?
Essa não é a única pergunta a ser respondida nessa partida tão especial. A linha ofensiva de Green Bay terá tido tempo para se organizar para parar Khalil Mack? O ataque de Chicago corresponderá ao seu potencial e já mostrará a que veio nesse prime-time?
Certamente o Green-Bay Packers é o favorito neste Sunday Night Football, mas se você acha que o jogo já está ganho, pode se surpreender.