Ontem o QB Alex Smith dos Redskins, sofreu uma lesão bem séria durante o jogo contra os Texans, uma lesão em tornozelo, mais especificamente uma fratura dupla de tíbia e fíbula (ossos da perna). Esse tipo de fratura pode ocorrer em 3 regiões: proximal, medial e distal. Sendo a do QB, distal.
O tratamento das fraturas do terço distal da tíbia associada à fratura da fíbula no mesmo nível se torna ainda mais difícil. Este padrão de fratura reflete um mecanismo de lesão de alta energia e causa aumento da instabilidade e ruptura de partes moles (músculos e ligamentos).
Para esse tipo de fratura, há normalmente 2 opções de cirurgia:
1. Haste intramedular (dentro do osso) que é fixa (bloqueada), que permite carga imediata.
- Placa em ponte que é fixado “fora” do osso com uso de parafusos e normalmente não permite carga imediata.
E sim, como na imagem anterior, dificilmente se fixa a fíbula (osso mais fino) e grande parte dos estudos trazem que realmente que não há muita diferença, mas alguns casos se coloca uma placa nesse osso também.
Não existe na literatura científica um consenso de qual seja melhor, depende de uma avaliação cuidadosa baseada tanto no aspecto clínico como no radiográfico no pré e intraoperatório, e fora o risco de lesão ligamentar (eu sei, são muitos ligamentos!!).
Esse cara voltará ao esporte? É esperado que em até 1 mês o paciente esteja caminhando normalmente e retorno a esportes dentro de 6 meses. Lembrando que estamos falando de um atleta de alto nível, então tudo é possível. Depende de muitos fatores: como idade, lesão de partes moles, perda óssea, infecções, técnica operatória bem escolhida, conhecimento do próprio cirurgião, a reabilitação, entre outros fatores.
Definitivamente não é um fratura simples mas é passível de uma ótima recuperação, afinal, ele terá acesso a tudo que é padrão ouro na recuperação.
Por Nágela Freitas – Fta. Especialista em Ortopedia e Traumatologia (UNIFESP).