Elliott admite ter usado drogas e pode se complicar ainda mais

A novela Ezekiel Elliott pode acabar tendo um novo capítulo, bem diferente das alegações de violência doméstica aos quais está respondendo.
Quando Ezekiel Elliott e a NFLPA decidiram levar a NFL a tribunal na sexta-feira sobre a suspensão de seis jogos de Elliott, a associação dos jogadores apresentou vários documentos que não tinham sido divulgados anteriormente.
Na petição da NFLPA, que foi arquivada no Tribunal do Distrito do Leste do Texas, as transcrições da investigação da NFL sobre Elliott ficaram disponíveis pela primeira vez, juntamente com as transcrições de sua audiência que ocorreram de 29 a 31 de agosto.
Em algum momento durante a audiência, Elliott teve que responder perguntas sob juramento do advogado Daniel Nash da NFL. Durante seu questionamento, Nash perguntou especificamente a Elliott se ele gostava de beber e consumir drogas, e em ambos os casos, Elliott confirmou que sim.
Segue o questionamento:

Nash: "E eu acho que você disse que gostou da sua ex-namorada Tiffany Thompson (foto) porque ela gostava de festa, beber e de drogas?"
Elliott: "Sim".
Nash: "Você também gostava de fazer isso?"
Elliott: "Eu gosto de festa".
Nash: "E gosta de ficar bêbado?"
Elliott: "Sim".
Nash: "Você gosta de drogas?"
Elliott: "Eu usei na faculdade".
Apesar de Elliott admitir que gostava de usar drogas na faculdade, o running back nunca falhou no teste de drogas durante sua carreira de três anos no estado de Ohio (2013-15).
Embora Elliott não mencionasse especificamente as drogas que ele tomou enquanto estava na OSU, a ex-namorada Tiffany Thompson, afirmou que o viu usar pelo menos duas drogas diferentes durante o tempo juntos. Durante uma entrevista separada com a investigadora da NFL, Kia Roberts, em setembro de 2016, Thompson alegou que Elliott estava fumando maconha e usando cocaína enquanto estava no treinamento de Miami para o Draft da NFL.
"Quando ele estava em Miami, ele estava usando um monte de coca e fumando", disse Thompson.
Roberts então perguntou a Thompson se ela realmente viu pessoalmente Elliott usar qualquer droga.
"Eu vi", respondeu Thompson.
Roberts é a mesma investigadora da NFL que disse que não recomendaria uma suspensão para Elliott porque não achava que Thompson era uma testemunha crível.
Alguns veículos americanos ressaltam que, uma vez que o jogador deu essa declaração de ter usado drogas na faculdade, dificilmente acreditarão que ele parou de usar depois que entrou na liga, já que sua ex-namorada alega que o mesmo utilizou na época do draft, e sabemos das regras de punição da liga para utilização de drogas ilícitas.
O principal ponto aqui é que as coisas podem ficar ainda mais complicadas nesse caso, antes que algo realmente seja resolvido, especialmente após a reivindicação da sexta-feira pela NFLPA de que há uma conspiração contra Elliott.
Na petição do tribunal arquivada pela NFLPA, a associação de jogadores alegou que existe uma "conspiração orquestrada pela liga de executivos seniores da NFL, para esconder informações críticas" no caso de Elliott.
Uma das principais reivindicações feitas pelo advogado da NFLPA, Jeffrey Kessler, é que a NFL "deliberadamente omitiu uma conclusão" que havia sido feita por Roberts no final de sua investigação. Como sendo o ponto focal da NFL no caso Elliott, Roberts foi a única funcionária da liga que conseguiu entrevistar Thompson durante a investigação de 13 meses, e não encontrou Thompson como uma testemunha crível, fato que não estava incluído no relatório de 160 páginas da liga sobre o caso Elliott.
A NFL declarou mais tarde na sexta-feira dizendo que não existe tal conspiração.
Agora, a decisão sobre a suspensão de seis jogos de Elliott está atualmente nas mãos do árbitro* Harold Henderson. Se ele não reduzir consideravelmente a suspensão ou eliminá-la completamente, as coisas podem ficar complicadas.
Basicamente, se a suspensão de Elliott for confirmada em recurso ou se ele não está satisfeito com o resultado, o caso irá definitivamente para o tribunal. Uma vez no tribunal, o running back pode jogar se o tribunal lhe conceder uma liminar.
Era esperado que o árbitro Harold Henderson tomasse uma decisão até ontem, mas essa estimativa mudou para a data de hoje, porém, pela manhã, a NFL apresentou uma reinvindicação para destituir a petição da NFLPA, alegando que a NFLPA fez "uma movimentação imprópria no tribunal" e argumentando que a solicitação da NFLPA é prematura porque o árbitro ainda não decidiu e, portanto, o tribunal deve desconsiderar. A NFL alega que um processo só pode ser arquivado após a decisão do árbitro.
Além disso, a NFL também apresentou uma moção contrária ao pedido da NFLPA, argumentando que, mesmo que o tribunal tenha decidido ouvir o caso, ele ainda deve negar o decreto temporário, porque os tribunais devem adiar o processo de arbitragem coletivamente negociado e a decisão do árbitro. A NFL também argumenta que os tribunais não têm poderes para julgar as decisões disciplinares feitas pelo comissário e pelo árbitro.
* Roger Goodell nomeou o ex-executivo da NFL, Harold Henderson, para ser o árbitro desse caso, para ouvir o recurso apresentado por Elliott. Henderson é mais conhecido por ter ouvido os recursos de Greg Hardy e Adrian Peterson. Ele já ouviu cerca de 90 casos envolvendo a política de conduta pessoal e casos relacionados a drogas desde que ele foi nomeado para o cargo em 2008.

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