Novos protestos durante o hino que marcaram a última semana da NFL

Novos protestos durante o hino que marcaram a última semana da NFL Conforme já abordado pelo NFL de Bolsa, a semana 3 se tornou polêmica com protestos mais intensos, após declaração do Presidente Donald Trump.
Muito se repercutiu sobre o assunto, tanto entre jogadores, técnicos e proprietários das franquias, quanto na sociedade como um todo, incluindo outras categorias de esporte (MLB, Nascar e NBA). Mas foi na hora de hastear a bandeira e tocar o hino que cada time mostrou sua resposta. Alguns se ajoelharam; outros ficaram de pé com a cabeça baixa e de braços dados com seus colegas; outros se sentaram; times que nem saíram dos vestiários etc. Tais atitudes gerou diversas reações por parte do público, alguns apoiaram e outros não.
Alguns destaques durante os protestos nos pré-jogos:
O ÚNICO DOS STEELERS

No jogo Chicago Bears x Pittsburgh Steelers, o jogador de linha ofensiva dos Steelers, Alejandro Villanueva, foi o único que saiu do vestiário para cantar o hino nacional antes da partida. Tal atitude foi tão marcante que ele se tornou o jogador que mais teve produtos oficiais seus comercializados em 24 horas, atingindo o topo do ranking ao meio-dia da última segunda-feira (25). O jogador é um veterano que serviu três vezes no Afeganistão, e se pronunciou dizendo que não tinha interesse em se tornar um símbolo de uma briga que ele não quer fazer parte. Independente da impressão que passou no domingo, disse que fez oque aprendeu durante seus anos de serviço militar.
DENTRO DOS VESTIÁRIOS

Além dos Steelers, no jogo entre Tennessee Titans x Seattle Seahawks, ambas as equipes não saíram dos vestiários durante a execução do hino nacional. Em controvérsia ao protesto do jogo, a esposa do wide receiver Eric Decker – a cantora americana Jessie James Decker – escreveu uma longa mensagem no Instagram junto a um vídeo seu, cantando a música “The Star-Spangled Banner” em um jogo, apoiando o hino nacional e o que representa para os Estados Unidos. Ela ainda conta parte da história de alguns de seus antepassados que serviram o exército e o que isso significa para ela. Um fã perguntou a Jessie por que seu marido permaneceu no vestiário com os Titãs durante o hino nacional e a cantora explicou que seu marido não sabia da decisão:
"Infelizmente, ele não foi informado que uma decisão tinha sido tomada até que ele saiu e já havia acabado", ela respondeu.
SEAHAWKS, CARROL E BENNETT

O Seahawks foi uma das franquias mais enfáticas em seus protestos, incluindo até mesmo uma nota do técnico Pete Carroll em defesa de seus jogadores e dos protestos. Na última terça, Michael Bennett e Pete Carroll disseram em entrevista que gostariam de se reunir com o Presidente Donald Trump.
"Eu queria ter uma chance de me sentar e conversar com ele (Trump)", disse Carroll. "Mas, basicamente, agora estou desejando que ele entenda que este é um momento para ser empático e ouvir o que todos estão dizendo e sentir o que é isso, sem julgar. Isso é o que precisa acontecer. Eu vejo isso como uma nova empatia. Pessoas de diferentes caminhadas e opiniões diferentes. Precisamos nos dar a oportunidade de ouvir o outro lado. Esse é o primeiro passo para criar mudanças, e isso é sobre mudanças e espero que desesperadamente possamos progredir".
Já M. Bennett, que se tornou um líder no movimento por conta do que ocorreu recentemente em uma abordagem policial a ele, disse o seguinte: "Eu adoraria sentar-me com o presidente e conversar sobre essas questões e conseguir encontrar uma maneira de corrigi-las ou conseguir encontrar uma maneira de dar voz às pessoas”.
Bennett também disse que não critica e sim admira Alejandro Villanueva, do Steelers, por defender aquilo que acredita e ir sozinho a campo acompanhar de pé a execução do hino, como um ex-militar que ele é. "Isso mostra a América – essa é a liberdade de expressar o que ele acredita. E ele expressou o que ele acreditava. Eu o aplaudo por defender o que ele acredita. E eu tenho muita honra em ter alguém assim na NFL”, disse Bennett.
A CONTROVÉRSIA DOS EAGLES

Falando ainda sobre o jogo Philadephia x NY, os jogadores dos Eagles juntamente com o proprietário do time Jeffrey Lurie, cantaram o hino nacional todos de braços dados.
Lurie postou uma declaração no sábado à noite dizendo, em parte: "Tendo falado com nossos jogadores, posso atestar o grande respeito que têm pelo hino nacional e tudo o que representa. Nós, do Philadelphia Eagles, acreditamos firmemente que, nesse difícil tempo de divisão e conflito, é mais importante do que nunca o futebol ser um grande unificador ".
Já no domingo de manhã, Sal Paolantonio da ESPN recebeu o seguinte texto do treinador principal de Eagles, sobre os comentários recentes do time e do presidente Trump: "Eu não tive nenhuma discussão com eles sobre suas observações, no entanto, como equipe junto com o pessoal militar e oficiais da polícia de Filadélfia, ficaremos juntos em uma exibição de unidade durante o hino nacional hoje ", gerando assim uma controvérsia com a nota divulgada por Lurie.
OS PROTESTOS EM LONDRES

Nem a “Terra da Rainha” escapou dos protestos contra Trump. No primeiro jogo do domingo que aconteceu em Londres, jogadores de ambos os times Baltimore Ravens e Jacksonville Jaguars ajoelharam-se e ficaram de braços dados no domingo durante a reprodução do hino nacional. O treinador dos Ravens, John Harbaugh, se juntou a seus jogadores, ligando os braços, até Ray Lewis (Hall da Fama dos Ravens) se juntou e ficou de joelhos. Por parte dos Jaguars, o proprietário do time, Shahid Khan, que tinha contribuído US $ 1 milhão para a inauguração do Trump, juntou seus braços com seus jogadores e treinadores em que se acredita ser sua primeira participação visível em relação aos protestos de hino por um dono de liga.
AS VOZES DO HINO

Não foram só jogadores ou corpo técnico que se uniram aos protestos, mas também alguns cantores que executaram o hino americano. Um dos casos foi no jogo do Detroit Lions e Atlanta Falcons, com artista local de Rico LaVelle. LaVelle cantou quase todo hino em pé, mas se ajoelhou e ergueu o punho no momento que cantava a última palavra "brave".

Outro caso foi no jogo do Titans e Seahawks, em que a cantora Meghan Linsey, junto com o guitarrista, Tyler Cain, ficaram de joelhos no final do hino.
E, por fim, a cantora Jordin Sparks, que cantou o hino americano no jogo do Dallas Cowboys e Arizona Cardinals, manifestou-se com uma indicação escrita na mão que segurava o microfone: "Provérbios 31: 8-9". O que quis o seguinte:

"8- Fale para aqueles que não podem falar por si mesmos, pelos direitos de todos os que são indigentes". "9- Fale e julgue de maneira justa; defender os direitos dos pobres e dos necessitados".
AMIZADE AMIZADE, OPINIÕES A PARTE
Para surpresa de muitos, o quarterback da New England Patriots, Tom Brady, disse acreditar que os comentários do presidente Donald Trump sobre os jogadores da NFL são "divisíveis" e na segunda-feira disse que ele apoia seus companheiros que estão protestando durante o hino nacional.
"Sim, eu certamente não concordo com o que (Trump) disse. Achei que era simplesmente divisível", ele disse em um programa de rádio de Boston na segunda-feira em seus comentários mais extensivos sobre o assunto.
Brady geralmente dá entrevistas à estação de rádio nas segundas-feiras após os jogos. Seus comentários são especialmente notáveis sobre esse assunto, já que ele já se declarou amigo do atual presidente Donald Trump há muito tempo.

Brady, que ficou de braços dados com companheiros de equipe durante o hino nacional no domingo ainda reforçou: "Como eu disse, eu só quero apoiar meus colegas de equipe. Eu nunca sou o cara que dirá, ‘Oh, isso é errado. Isso é certo’. Eu acredito no que acredito. Eu acredito em reunir pessoas e respeitar, amar e confiar. Esses são os valores que meus pais pregaram a mim. É assim que eu tento viver todos os dias ".
Brady também contou que ele acha que "todo mundo tem o direito de fazer o que quiser. Se você não concorda, está bem. Você pode expressar seu desacordo, acho que é ótimo. É parte de nossa democracia. Enquanto for feito de forma pacífica e respeitosa. ”
COWBOYS PROTESTANDO COM RESPEITO

No jogo do Monday Night Football, entre Dallas Cowboys e Arizona Cardinals, foi outro momento importante sobre os protestos. Na manhã de sábado alguns jogadores do Cardinals procuraram Bruce Arians, técnico do Cardinals, perguntando se poderiam fazer algo em resposta à declaração de Trump. A partir daí, Fitzgerald entrou em contato com Jason Witten para uma possível ação conjunta da segunda entre os dois times. Essas conversas duraram até a segunda de manhã, mas os times não entraram em um acordo. Sendo assim, cada time tomou suas ações independentes.
O Dallas Cowboys, juntamente com o proprietário Jerry Jones, deram os braços e se ajoelharam em linha reta no meio do campo antes do hasteamento da bandeira e a execução do hino. Após, levantaram-se e ficaram de pé em volta da bandeira, todos de braços dados, e de cabeça erguida.

Já os Cardinals se alinharam na endzone junto com funcionários, corpo técnico, o proprietário da franquia Michael Bidwill e seus irmãos, bem como o Gerente Geral, Steve Keim, alguns de braços dados e outros apoiando a mão nos ombros de seus companheiros no momento da execução do hino.

Arians declarou que se reuniu com sua equipe para decidirem o que fazer, bem como "Eu treino futebol. Não sou um político". Quando Arians entrou no estádio na segunda-feira, estava usando uma nota ao redor do pescoço com os dizeres "Love !! Not Hate !!" (Ame!! Não odeie!!).
Em uma outra oportunidade na temporada passada, Jerry Jones se manifestou contra a forma como os protestos estavam sendo feitos em outras franquias. Tanto que nenhum de seus jogadores aderiram aos protestos durante a execução do hino. Mas como nessa semana a situação era um pouco diferente, Jones se juntou aos seus jogadores, mas ao mesmo tempo em respeito à bandeira e ao hino, segundo ele. Antes da partida ele havia dito que todos os jogadores ficariam para o hino, bem como declarou após: "Eu tomei minha decisão sobre esse tema, que eu não iria comentar nada além do fato de eu estar muito orgulhoso de que o Dallas Cowboys e nossos jogadores sempre representaram a bandeira. O importante é mostrar respeito. Como o time pode, em frente do público, mostrar união e igualdade. A equipe queria fazer isso. ”
J. Witten disse "Eu vou defender o hino nacional com a minha mão sobre o meu coração até o dia em que eu morrer. Eu respeito o nosso país e os militares que representam a nossa bandeira. Uma nação debaixo de Deus com liberdade e justiça para todos. Estou orgulhoso de meus colegas de equipe e toda a nossa organização".
Jerry Jones disse que queria atender as vontades individuais e coletivas de seus jogadores, mas não queria entrar no debate político sobre o assunto, porém ressaltou a importância de se defender o hino: "Queremos que eles façam o que interessa ao Dallas Cowboys. É aí que a obrigação está e, novamente, não quero entrar nesta área de debate, mas quero enfatizar a importância que é para nós de respeitar a santidade da bandeira". Mas os Cowboys queriam encontrar um equilíbrio para que pudessem atender a vontade de alguns que queriam fazer algum tipo de protesto, e outros que queriam respeitar a bandeira e o hino.
Na terça-feira houve muita repercussão sobre a posição do Cowboys, já que são tidos como "o time da América", bem como devido a figura influente de Jerry Jones na NFL. Muitos apoiaram, mas muitos também criticaram.
O Presidente Donald Trump publicou em seu Twitter elogios ao Cowboys e Jerry Jones: "O grito no jogo de futebol na noite passada na NFL, quando toda a equipe de Dallas caiu de joelhos, foi mais alto que eu já ouvi. Grande raiva". "Mas enquanto Dallas caiu de joelhos como uma equipe, todos se posicionaram para o nosso Hino nacional. Grandes progressos estão sendo feitos – todos amamos nosso país!". Na quarta-feira, Trump disse que conversou com Jerry Jones e o elogiou: "Falei com Jerry Jones do Dallas Cowboys ontem. Jerry é um vencedor que sabe como fazer as coisas. Os jogadores defenderão o País!".
ÚLTIMOS ACONTECIMENTOS
A semana 4 iniciou ontem e os protestos continuaram. Durante a execução do hino americano, os times de Green Bay Packers e Chicago Bears ficaram em pé, de braços dados. As câmeras focalizaram alguns torcedores também de braços dados, bem como outros sem estarem de braços dados e até prestando continência.

A dúvida que paira no ar é saber até quando esses protestos seguirão na NFL e se surtirão algum efeito no médio/longo prazo, ou que tipo de consequências podem ter, visto que Colin Kaepernick, na opinião de alguns, sofre certa “retaliação” da liga por ter iniciado esses protestos no ano passado, seguindo sem contrato com nenhum time da NFL (alguns times que precisam de quarterback, na verdade alegam que o motivo por não contratá-lo deve-se ao fato de performance ruim e salário alto pedido pelo jogador).

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